Cientistas misturaram duas estratégias de imunização contra a dengue em uma mesma vacina.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, estão comemorado os primeiros resultados de um estudo inédito. Uma vacina contra a dengue que já deu certo em ratos e vai ser testada em macacos.
O projeto ganhou um nome Vacina Combinada. É uma proposta ousada e pioneira da equipe de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. E vai numa direção completamente diferente dos demais estudos para desenvolver uma vacina contra a dengue.
Os cientistas misturaram duas estratégias de imunização contra a dengue em uma mesma vacina. Eles pegaram parte do material genético do vírus da dengue tipo 2 e inseriram numa molécula que contém um único gene do vírus da dengue.
Ao mesmo tempo, puseram o material genético dentro de um vírus contendo parte dos vírus da febre amarela e da dengue. A combinação foi injetada em um grupo de camundongos. Em seguida, os roedores foram infectados com o vírus ativo da dengue tipo 2.
Estas cobaias produziram anticorpos e células do sistema imune. O índice de proteção chegou a 100%. Nenhum deles ficou doente.
“Eles ficaram completamente protegidos e ficaram totalmente normais, como se nunca tivessem visto o vírus da dengue. E isso é pioneiro, ninguém nunca tinha testado isso no mundo”, diz Ada Alves, bióloga molecular da Fiocruz.
A dosagem é outro diferencial. Até agora, as vacinas em estudo preveem três doses, uma a cada seis meses, ou seja, um ano e meio até a imunização completa.
Como a vacina combinada mostrou uma proteção maior contra a dengue nos testes, os pesquisadores acreditam o número de doses e o intervalo entre elas podem ser reduzidas. Seriam duas doses, num espaço de dois, três meses, no máximo.
A segunda fase dos testes da vacina combinada será em macacos, no início do ano que vem.
“Eu acredito que daqui a uns três, quatro anos, a gente poderia propor fazer os testes em humanos”, afirma a bióloga molecular.
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