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Governo dos EUA pode multar Petrobras por corrupção

Investigação internacional

Com ações negociadas na bolsa de Nova York, estatal brasileira está sendo investigada sob suspeita de ter descumprido legislação americana

26/11/2014 | 05h02
Governo dos EUA pode multar Petrobras por corrupção Spencer Platt,AFP/AFP
Petrolífera tem ações listadas na Bolsa de Nova York e, por isso, está subordinada à legislação americana Foto: Spencer Platt,AFP / AFP

        
Não bastasse o dinheiro desviado no esquema denunciado pela Operação Lava-Jato, a sangria nos cofres da Petrobras pode ficar ainda maior caso o governo americano conclua que a companhia brasileira violou leis americanas de combate à corrupção. Como tem ações listadas na bolsa de Nova York, a petrolífera brasileira está subordinada à legislação dos Estados Unidos e, por isso, pode ser condenada a pagar uma multa bilionária.
A investigação, conduzida pelo Departamento de Justiça americano e pela Securities Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, procura comprovar se algum funcionário ou representante da Petrobras recebeu propina para manter privilégios comerciais. A lei anticorrupção americana, a Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), não estabelece limite para o valor da punição, mas a penalidade aplicada chegou a cifras bilionárias em situações semelhantes.
A lei anticorrupção brasileira é considerada mais rigorosa, mas como, na prática, passou a vigorar a partir deste ano, a pena seria abrandada já que a Petrobras não poderia ser condenada por atos praticados antes que a regra passasse a valer.
– No Brasil, a legislação de combate à corrupção é recente, nos EUA é mais consolidada e eles são muito severos. Lá a investigação não sofrerá interferências políticas e não há chance de algo ficar embaixo do tapete – afirma Giovani Saavedra, advogado especialista no assunto.
empresa enviará documentação
A investigação americana também aumenta a desconfiança de investidores estrangeiros em relação à Petrobras. João Ricardo Costa Filho, analista da Pezco Mycroanalysis, avalia que o alto endividamento – US$ 170 bilhões – e as denúncias de corrupção impõem dificuldades para que a Petrobras consiga empréstimos e tenha de pagar juros mais altos no mercado internacional:
– Soma-se a esse cenário já conturbado, o rebaixamento de nota da Petrobras pelas agências de classificação de risco. Frente a tanta incerteza, o investidor prefere se desfazer do papel, o que pode levar à queda do valor da ação.
A SEC afirma que só comenta investigações após a conclusão do relatório. A Petrobras confirma o recebimento de um requerimento solicitando documentos. Conforme o comunicado, serão enviadas informações obtidas pela apuração independente realizada por dois escritórios – um brasileiro e outro americano – que foram contratados no fim de outubro, por determinação da empresa que audita os balanços da estatal, a PricewaterhouseCoopers.
Outra investigação internacional que envolve a Petrobras corre na Holanda. Nove meses após as primeiras denúncias, a holandesa SBM Offshore fechou acordo com ministério público do país e vai pagar multa de US$ 240 milhões por propina em pelo menos três países – no caso da Petrobras, seriam US$ 139 milhões.
O ressarcimento é parte do acordo feito pela SBM para não ser processada judicialmente na Holanda. No Brasil, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou semana passada a abertura de processo de responsabilização contra a holandesa. Desde as denúncias, a SBM não tem participado de licitações da Petrobras.
Grandes empresas punidas
HP

Neste ano, a gigante de tecnologia violou a lei anticorrupção quando subsidiárias na Rússia, na Polônia e no México fizeram pagamentos indevidos a funcionários do governo para obter ou manter contratos públicos lucrativos. A multa aplicada foi de US$ 108 milhões.

Ralph Lauren

Em 2013, foi obrigada a desembolsar US$ 700 mil por ter lucrado com subornos pagos por uma filial a funcionários do governo da Argentina de 2005 a 2009. A empresa não chegou a ser condenada por violar a lei anticorrupção – e teve a multa abrandada – por ter ela própria notificado a SEC sobre as irregularidades.

Allianz

A companhia alemã de seguros foi condenada em 2012 por realizar pagamentos indevidos a funcionários do governo da Indonésia durante um período de sete anos. No período, lucrou US$ 5,3 milhões com as irregularidades. A multa aplicada foi de US$ 12,3 milhões.

Siemens

Em 2011, a companhia foi condenada porque sete executivos estavam envolvidos em esquema de suborno. Eles teriam pago US$ 100 milhões em subornos a funcionários do governo argentino para manutenção de contratos cujos valores superavam US$ 1 bilhão. A multa definida foi de US$ 1,6 bilhão.


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