Lembrado em todo o país como referência na luta racial, Zumbi dos Palmares inspirou a criação do Dia Nacional da Consciência Negra, o 20 de novembro, através da lei federal 12.519/11. Em Salvador, como ponto alto da programação do Novembro Negro, duas caminhadas mobilizaram a população, contando com presença de representantes dos movimentos sociais, de religiosos de matriz africana, população em geral, artistas e autoridades.
A titular da Sepromi, Vera Lúcia Barbosa, afirmou que a data surgiu em virtude da reivindicação “histórica e legítima” do movimento negro, para o reconhecimento das contribuições e do legado deixado por Zumbi na busca pela liberdade do povo negro escravizado. “Saudamos a memória de Zumbi dos Palmares e, ao mesmo tempo, os lutadores e lutadoras que hoje atuam diariamente pela igualdade racial e de gênero”, ressaltou a secretária, que participou da 15ª Caminhada da Liberdade (Curuzu ao Pelourinho), organizada pelo Fórum de Entidades Negras, e da 36ª Marcha Zumbi dos Palmares (Campo Grande à Praça Municipal), realizada pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
“Essa data é muito importante, principalmente por se tratar da homenagem a um herói que precisa ser mais conhecido. Vamos pra rua fazendo com que as pessoas se conscientizem sobre a discriminação racial ainda existente no Brasil. É um dia de celebração, mas de cobrança também”, comentou Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, em nome do Fórum de Entidades Negras da Bahia. Ele informou que o tema escolhido para este ano foi a Década Internacional Afrodescendente, com seus três eixos: “Desenvolvimento, Justiça, e Reconhecimento”.
O coordenador da Conen, Gilberto Leal, lembrou que nos últimos dez anos diversas políticas públicas de atenção à população negra foram concretizadas, mas ainda “não resolve” os problemas de exclusão social histórica. Para ele, é preciso “lutar pelo combate à violência contra juventude, pela mulher negra, que está na sub-base da pirâmide sociológica brasileira, sofrendo toda carga de opressão e discriminação”. Estas, segundo Leal, “são lutas que ainda se perpetuam e se tornam necessárias para que a gene não desista até que a sociedade seja justa, igualitária, onde não haja nem opressores nem oprimidos”.
Os eventos, com apoio do Governo do Estado através da própria Sepromi e da Secretaria de Cultura (Secult), também tiveram participação do governador Rui Costa e do ex-presidente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou as conquistas do movimento negro nos últimos anos, a exemplo das cotas raciais, do Estatuto da Igualdade Racial e políticas voltadas à qualidade de vida.
A Caminhada da Liberdade teve, ainda, a participação de parlamentares, da ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes; do ministro da Cultura, Juca Ferreira; além dos secretários da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Geraldo Reis; de Políticas para as Mulheres (SPM), Olívia Santana; e do Turismo (Setur), Nelson Pellegrino.
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