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Com as cinzas começou uma estação espiritual particularmente relevante para todos os cristãos que querem se preparar para viver com dignidade no mistério. |
História da Quarta-feira de cinzas da Quaresma
Com a Quarta-Feira de Cinzas, começa oficialmente o tempo da Quaresma e o Ciclo Pascal.
Quaresma, uma vez mais. Tempo forte na caminhada do ano eclesiástico. Convite e apelo para o silêncio, a prece, a conversão.
E quando se fala em quaresma, geralmente a gente tem uma idéia de uma coisa negativa, como antigamente.
Tempo de medo, de cachorro zangado, de mula sem cabeça e outras coisas mais.Para outros a quaresma parece superada pelo modernismo e é hoje apenas uma recordação negativa do passado ou um retrato na parede, simplesmente.
É o tempo de conversão, de mudança de vida, de acolher com mais amor a misericórdia de Deus que nos quer perdoar.
E é também o tempo onde as comunidades se preparam para viver o mistério da páscoa. Isto é, tempo da hora de Jesus Cristo do seu seguimento em que ele caminha em direção da sua hora que é a entrega total da sua vida a Deus pelos homens, seus irmãos.A quaresma é para cada um de nós um tempo de oração e de conversão.
Tempo de crescer em comunhão com todos os homens, principalmente com os mais pobres e necessitados.
Eles nos lembram o rosto sofrido de Jesus e nos convidam a viver com mais fidelidade a caridade, o amor fraterno, que o Evangelho exige de nós.:
A quaresma se inicia com a Quarta-feira de cinzas. Por que?
A Bíblia nos conta que, certa vez, o general Holofernes, com um grande exército, marchou contra a cidade de Betúlia. O povo da cidade, aterrorizado, reuniu-se para rezar a Deus. E todos cobriram de cinzas as suas cabeças, pedindo o perdão e a misericórdia de Deus. E Deus salvou o povo pelas mãos de Judite. A cinza, por sua leveza, é figura das coisas que se acabam e desaparecem. É usada como um sinal de penitência e de luto. Nós a usamos hoje, neste Quarta-feira de cinzas, o primeiro dia da quaresma, reconhecendo que somos pecadores e pedindo perdão de Deus, desejosos de mudarmos de vida.
Quarta-feira de cinzas tempo de jejum e abstinêcia!
Certa vez, numa exposição de pinturas em Londres, um artista apresentou um quadro que ficou famoso. Quem olhasse para aquela pintura, à primeira vista tinha a impressão de estar vendo um homem piedoso em atitude de oração: ajoelhado, de mãos postas, cabeça baixa, possuído de grande paz interior. Aproximando-se, porém, da tela e vendo com mais atenção, percebia-se que a coisa era bem diferente: via-se um homem espremendo um limão num copo, tendo o rosto tomado de ira. O genial pintor quis retratar ali um homem hipócrita. De fato, olhando superficialmente, o hipócrita parece um homem piedoso. Mas é só aparência. Na realidade, até quando está rezando, está muitas vezes tramando alguma coisa contra alguém. O grande pecado do hipócrita é esse: Ele não serve a Deus. Pelo contrário: serve-se de Deus. É um falso santo. Tem mãos postas, a cabeça inclinada e olhar de piedade, mas não está orando. Ao contrário: está apenas tirando proveito da religião em benefício de seu egoísmo. Esse tipo de gente só faz mal à Igreja tanto é que, quando a televisão quer ridicularizar a religião, focaliza esses piedosos hipócritas. Mostra tais beatas rezando na igreja, com véu na cabeça, rosário na mão e olhares piedosos... Depois mostra os mesmos fazendo o contrário fora da Igreja.
Jesus era chamado de o bom mestre. Como de fato Ele o era. Perdoou a Maria Madalena, a pecadora, perdoou a Pedro que o traiu, perdoou o ladrão no alto da cruz, mas se existia uma classe de gente que ele não engolia eram os escribas e os fariseus. Para eles Jesus lançou as palavras mais duras: "Ai de vós escribas e fariseus hipócritas... vós pareceis com os sepulcros caiados , que é pintado por fora, mais lá dentro existe toda a espécie de podridão". Gostavam de se mostrar ao fazer o jejum, ao dar esmolas, pagar o dízimo, etc.O jejum, a esmola e a oração são expressões de nossa gratidão a Deus por tudo o que ele nos concede, por isso não há motivo para exaltar nossas ações caridosas perante os homens.
Pe. Lucas de Paula Almeida, CM
A parte desinteressante do carnaval...
pelo menos para a grande maioria, que quer saber é de beijar na boca... Mas tudo teve um inicio e aqui segue uma das versões.
O COMEÇO DE TUDO: Se formos olhar a história com atenção, veremos que o Carnaval como conhecemos hoje tem muitas origens, ao mesmo tempo em que não se parece em quase nada com as antigas festas que o inspiraram. No antigo Egito, o povo já celebrava o seu “carnaval”, que não tinha esse nome, através de danças e cantorias ao redor de fogueiras. Na antiguidade, homens e mulheres celebravam a fecundidade do solo em todo início de primavera. As festas em honra da deusa mãe tinham música, muita bebida e sexo, era um regozijo geral do povo para agradar a deusa e garantir que ela traria boa colheita. Com a organização das primeiras cidades-estado, os governantes perceberam que essa era também uma festa importante para manter o controle social, através da liberação do povo para divertir-se sem tabus durante um determinado período do ano. No século VII a.C, na Grécia antiga, é oficializado o culto a Dionísio e com ele, as festas dionisíacas de celebração ao vinho, ao sexo, a alegria e a vida. Com o advento do Cristianismo, mais ou menos pelo ano 590 d.C, é que a igreja se apropria do Carnaval e estabelece um calendário para o evento, que deveria ocorrer após o período de privações da Quaresma e terminar com a Quarta-Feira de Cinzas, um dia para arrepender-se da liberalidade do Carnaval. E é aí que a origem do termo consolida-se, Carnaval vem do latim “carnevale” ou em outras palavras “adeus à carne”. Em Salvador, até a década de 50, era comum famílias inteiras irem à missa da Quarta Feira de Cinzas. O ato de contrição coletiva terminava com o padre marcando a testa de cada folião com uma cruz de cinzas, em alusão ao arrependimento pelos excessos cometidos durante o reinado de Momo. O soberano da folia aliás, é importado da divindidade grega Momo, filho da noite e do sono, que é expulso do Olimpo por ridicularizar os outros deuses. Ou seja, é o típico rei bufão e inconseqüente.DIVERSÃO NA IDADE MÉDIA (A festa dos loucos) Falar em Carnaval e Idade Média provoca instântaneamente a associação do Rei Momo com os antigos bobos da corte ou com as máscaras do Carnaval de Veneza. E está certo. Na Idade Média, a antiga festa dionisíaca grega se espalha pela Europa. Em Veneza, ela ganha contornos mais parecidos com os dias de hoje. É quando surgem as máscaras, o hábito de se fantasiar e os carros alegóricos. No século XVI, mais precisamente em 1545, o Concílio de Trento reconhece o Carnaval como festa popular e manifestação de rua, liberando as brincadeiras e folguedos por três dias especificos do ano. Com a criação do calendário gregoriano, estebelece-se que o Carnaval não pode coincidir com a Páscoa Cristã, que por sua vez, não coincide com a Pessach, a Páscoa Judaica. O Carnaval ocorre sempre no sétimo domingo antes da Páscoa e o cálculo da Páscoa, por sua vez, tem relação com o equinócio da primavera no Hemisfério Norte. Na época das nossas avós, todos esses preceitos eram muito respeitados e o Carnaval só começava de fato no domingo, durando até a meia-noite de terça-feira. Na quarta, lá íam os penitentes foliões confessar os pecados na missa de Cinzas. No século XIX, o reinado de Momo começava na quinta-feira anterior ao domingo de Carnaval. Mas a festa, com gente na rua dançando, só começava de fato no domingo. Em Salvador, desde os anos 90, o Carnaval dura sete dias. Começa na Quinta-feira do Rei Momo e só acaba no meio da tarde de Quarta-Feira de Cinzas, depois do Arrastão de Carlinhos Brown, Ivete Sangalo e Timbalada.
ENTRUDO! O QUE É ISSO GAJA? O Carnaval de rua atual tem origem no Entrudo dos portugueses. A festa lusa, iniciada nas ilhas da Madeira e Açores, foi trazida para cá durante a colonização. Entre meados do século XVI e início do século XX, antes do advento do trio elétrico e das escolas de samba se transformarem no desfile de luxo e glamour dos dias de hoje, era prática comum sair usando máscaras para pregar peças, dançar e cantar nas ruas. Uma das brincadeiras consistia em encher bexigas com perfume para atirar nas pessoas, eram os populares limões de cheiro, que serviam até para paquerar. Jogar um limão de cheiro em alguém era uma tática de aproximação numa época em que os códigos de moral eram rígidos e as mulheres saiam cobertas de véu ou encerradas por detrás das cortinas das cadeiras de arruar, isso quando saiam de casa. Os mais perversos, porém, enchiam as bexigas com urina ou excrementos e a brincadeira ia parar na delegacia. A violência do Entrudo popular, praticado longe dos salões senhoriais onde os limões de cheiro ainda faziam sucesso, fez com que o governo tentasse delimitar e depois abolir a prática. A partir de 1830, o Entrudo passou a ser perseguido, mas só deixou de ocorrer de fato em meados do século XX, quando o Carnaval de rua começou a ganhar o status que tem hoje. Mas isso, é tema de outra conversa…
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